Na Cabeceira: Como se livrar de um vampiro apaixonado

Sabe aqueles livros que você começa a ler só porque o nome ou capa chamaram a tua atenção, mas que no fundo você espera se decepcionar muito com a historia? Foi com esse sentimento de "vou me arrepender depois" que eu comecei a ler Como se livrar de um vampiro apaixonado, porém a história de Jessica me surpreendeu muito e me deixou completamente apaixonada.

Jessica Packwood é uma nerd, mas não do tipo de nerd que normalmente protagoniza livros e/ou filmes de vampiros ou qualquer outro tipo de criaturas fantásticas ou mitológicas, meninas que amam literatura e no fundo esperam que alguma coisa maluca aconteça em suas vidas, tanto que aceitam numa boa quando um cara bonitão aparece e diz "então, eu sou um vampiro". Não, muito pelo contrário! Jessica é cética, ela é aquele tipo de pessoa que só acredita naquilo que pode ser cientificamente explicado, que ama matemática e não é tão fã de literatura, muito menos de fantasia. Agora imagine como uma pessoa assim reage quando um cara estranho aparece e diz ser um vampiro e pior, diz que ela também é uma vampira e não uma qualquer, uma da realeza Romena e, como se já não bastasse tudo isso, ainda diz que eles foram prometidos um para o outro muito antes de começarem a dar seus primeiros passos.

Mas como é que ela nunca desconfiou que era uma vampira? A explicação é simples, os vampiros criados Beth Fantaskey são completamente diferentes de todos os vampiros que você já conheceu. A coisa funciona mais ou menos como em seres humanos normais, um vampiro se casa com uma vampira e tem filhos, porém a natureza vampiresca do pequeno vampiro só aparece mesmo por volta dos 18 anos. Os meninos se desenvolvem por conta própria, já as meninas precisam da mordida de um vampiro "macho" para que seus caninos desabrochem e, consequentemente o mesmo vampiro se torna seu parceiro para o resto da vida. Até que a mordida ocorra as meninas sentem sim uma sede por sangue, mas não chega a ser nada insuportável a ponto de faze-las matar alguém. 

Como se livrar de um vampiro apaixonado não é nenhuma grande obra da literatura e, na verdade essa parte de como essa coisa de vampiro funciona é meio mal explicada, mas o livro é tão diferente, fácil e gostoso de ler que pequenas falhas passam despercebidas até a ultima página. O livro começa muito engraçado e leve e, conforme nós vamos conhecendo e nos encantando - ou não - com os personagens, a narrativa passa a tomar um tom mais sombrio até chegar ao ponto de ser tenso, muito tenso!

Os capítulos são curtinhos e se dividem entre os narrados pela Jess e os que contém só as cartas que o Lucius envia para o tio dele, contado sobre a vida dos pais adotivos de Jess e os avanços - ou não - em relação a aceitação da menina, tanto do casamento quanto a si próprio. E por falar em Lucius, bem, ele é o típico vampiro perfeito. Absurdamente lindo, extraordinariamente inteligente e terrivelmente irônico, egocêntrico e nada modesto... resumindo: completamente apaixonante! Ele me lembra muito o Damon de Diários do vampiro, com toda essa pose de "sou superior", mas que no fundo - bem no fundo mesmo - é só um cara fofo com uma história difícil.

Como se livrar de um vampiro apaixonado é uma serie de livros - todas comemoram - e seu segundo volume foi liberando de graça e pode ser encontrado aqui, porém a parte triste é que a Sextante, editora responsável pela série no Brasil, anunciou em seu site que não ira lançar a continuação por aqui =( Agora só resta esperar/torcer pra que alguma outra editora compre os direitos do livro.