Conhecendo o escritor: Caio Fernando Abreu

Quem vive diariamente - ou não - no mundo das redes sociais já sabe que as frases e pensamentos de Caio Fernando Abreu são uma verdadeira febre no mundo do Twitter, Facebook, Tumblr e afins. E vendo essas milhares de postagens muita gente acaba pensando "nossa que legal, as pessoas estão lendo livros de um escritor brasileiro e compartilhando nas redes sociais", porém, infelizmente, a verdade não é bem essa.

Estima-se que nem metade das pessoas que um dia já postaram alguma coisa desse escritor já leu algum de seus livros ou sabe quem ele foi.

Gaúcho, Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu no dia 12 de Setembro de 1948 e publicou seu primeiro conto em 1963. Cursou Letras e Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas abandonou ambos para trabalhar como jornalista em revistas de entretenimento. Perseguido pela ditadura, se exilou na Europa, morando em países como Espanha, Suécia e Inglaterra. Voltou para o Brasil em 1974 com os cabelos pintados de vermelho e brincos enormes nas duas orelhas, visual oposto do empregado no Brasil do Militares. Em 1994 se muda para à França, a convite da Casa dos Escritores estrangeiros.

Em Setembro do mesmo Ano, descobre que é portador do vírus da AIDS e volta para Poto Alegre, para morar com os pais. Caio Fernando Abreu passa a se dedicar a Jardinagem a fim de encontrar um sentido mais delicado a vida. Morre no dia 25 de Fevereiro de 1996.

Seus principais livros são Limite Branco, Morangos mofados, Triângulo das águas, Os dragões não conhecem o paraíso e Pequenas epifanias.

"Caio escreveu compulsivamente, viveu compulsivamente e morreu desejando continuar a escrever. A literatura, para ele, era matéria viva em direção ao conhecimento do mais obscuro sentimento, a revelar a impossível possibilidade de roçar a eternidade. Guardava seus rascunhos, seus cadernos, suas frases seminais: tudo era passível de virar obra viva, a partir de sua satisfação com o resultado buscado. Poucos escritores brasileiros têm, em seu currículo, essa admiração entre seus leitores. Poucos certamente escapam de uma forma esvaziada de pulsação vital.  Sua excruciante sinceridade é o que explica essa identificação, inclusive com gerações posteriores. Fruto de seu tempo, sim, mas com o prazo de validade extremamente esgarçado e sem data de vencimento, a literatura de Caio Fernando Abreu revela o homem que ele foi, o cidadão atento ao seu mundo, imerso nas convulsões comportamentais que sacudiram o mundo em suas décadas de adolescente. Obcecado pela qualidade estética, nunca deixou que sua palavra ficasse estéril. Não tenho dúvida de que, nesses tempos politicamente corretos e cheios de medo e dúvida, a ousadia de sua palavra será farol a iluminar os breus daqueles que acreditam e buscam forças e fé no intento de viver mais plenamente a vida que lhe cabe. Caio, o adolescente ousado, o adulto afiado e sem barreiras, foi o melhor exemplo para o Caio escritor, um desses seres especiais e únicos que marcam, a ferro,fogo e felicidade aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-lo ou de carregá-lo nas pastas e mochilas. Cada livro de Caio é uma porta de entrada à epifanias verdadeiras. Se você não o leu na íntegra, não perca a oportunidade."

É possível encontra inúmeros dados sobre a vida e obra do escritor, além de livros inteiros disponíveis para a visualização, em seu site oficial.