Na Cabeceira: Eu Mato


Como o titulo já diz, Eu Mato é um livro com muitas mortes e como a própria capa induz, muito sangue.
A história se passa em um dos lugares mais glamorosos e seguros do mundo, o Principado de Mônaco. Em uma noite como outra qualquer o carismático apresentador Jean-Loup Verdier dá inicio ao maior sucesso da Rádio Monte Carlo, o programa Voices, é nesse momento que uma ligação tira a tranquilidade de moradores e turistas deste sofisticado lugar.

É ai que a onda de assassinatos começa, porém não são as mortes em si que mais chocam e chamam a atenção de todos e sim a forma como os corpos são encontrados:
“(...) À sua direita havia uma mesa de almoço aberta, sobre a qual alguém tinha feito uma inscrição. 
EU MATO...(...) Havia sangue por todo lado. Nas paredes, nos travesseiros, no chão. Parecia impossível que naqueles dois pobres corpos sem vida pudesse haver tanto sangue.
O delegado obrigou-se a olhar para o rosto dos dois cadáveres. Dois rostos que não existiam mais. O assassino tinha arrancado completamente a pele da cabeça, inclusive os cabelos, exatamente como se tira o couro de um coelho (...)”
Nessa parte da história conhecemos Frank Ottobre, um agente especial do FBI que abandona o trabalho nos EUA para tentar superar uma grande perda e acaba, meio que sem querer, entrando para a equipe que investiga o caso, graças a um velho amigo, o delegado Nicolas Hulot.

Antes de cada assassinato, Ninguém (nome dado ao serial killer) repete o mesmo procedimento da primeira ligação, terminando sempre com uma canção pouco conhecida. Frank e Nicolas descobrem, então um elo entre tais músicas e a identidade das vítimas, procedimento que os permite tentar adivinhar o próximo passo do assassino, para isso contam com a ajuda do jovem Pierrot, um deficiente mental que trabalha na rádio e entende tudo de música.

O livro ainda conta com personagens secundários bem interessantes, como o General Natan Parker e sua filha Helena (pai e irmã de uma das vítimas), além de assassinatos cometidos por uma outra pessoa e diálogos entre Ninguém e uma pessoa misteriosa chamada de Paso, dando pistas sobre identidade do assassino.

Eu Mato é um livro sobre poder, justiça, amor, perdas, loucura e principalmente as consequências daquilo que foi dito e feito no passado. Giorgio Faletti consegue, em 531 páginas, mostrar os defeitos, qualidades e desafios pessoais de cada personagem e consegue, ainda, criar um final fabuloso e a meu ver inimaginável.

Se alguém, um dia, me pedir para fazer uma lista dos meus livros preferidos Eu Mato, sem dúvida nenhuma, ocuparia uma das primeiras posições. Eu encontrei nele tudo aquilo que me prende a um livro: segredos, conflitos, mortes e uma pitada de romance.


Sobre o autor: Nascido em Asti, no Piemonte, em 1950, o italiano Giorgio Faletti, com formação em Direito, tornou-se cantor, compositor e comediante de televisão.
Eu Mato, lançado e 2002, permaneceu mais de um ano nas listas dos mais vendidos da Itália e foi traduzido para 25 idiomas.
O autor publicou ainda Nienti de vero tranne gli occhi, Fuori da un evidente destino, Pochi inutili nascondigli e Io sono Dio - todos best-sellers.







Até o próximo livro ;)

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